Pão de queijo de tapioca 1 2 3 !

Saturday, December 28, 2013

Hoje, último sábado do ano, aconteceu uma coisa legal. Pela primeira vez em cinco anos o David se permitiu provar pão de queijo e gostou, pelo menos comeu dois. Então, aqui vai uma receita bem fácil para manhãs que começam a todo vapor. :-)

Ingredientes:

1 ovo em temperatura ambiente

1/3 xícara de azeite de oliva extra virgem

2/3 de xícara de chá de leite integral

1/2 xícara de chá de queijo fresco como o nosso Mexican farm cheese ou parmesão ralado

1 1/2 xícara de chá de tapioca

1 colher de chá de sal marinho

Modo de preparo:

Aqueça o forno a 200ºC. Unte uma fôrma para mini bolinhos (ou uso esta ou uma fôrma maior com 12 unidades). Em um liquidificador bata bem todos os ingredientes raspando a lateral do copo com uma espátula quando necessário. Asse por 15-20 minutos.

Feliz aniversário, David!

Friday, December 27, 2013

Ele é um poema do Drummond. E também um excelente professor. É a força que move montanhas ou montinhos de areia. É a gargalhada mais que perfeita e gostosa. É a intensidade da tempestade e seus ventos. É a memória que não tenho. Desabrochando no seu tempo. Num tempo que nunca será tardio.


Natal, boa comida e companhia

3 horas
um galo bica o olho
e cisca o silêncio da casa

(letra e verso da vida
no sexo mediador da palavra)
Sônia Régis em efeitos do (in) significante

Trabalhei até tarde na véspera do Natal tal qual o Fernando Silva que dirige o hospital de crianças no conto Noite de Natal do Galeano. Trabalhei para dar sentido, para desconstruir a expectativa que eu emprestei do coletivo e que me veste apertada. Para ver se desta vez o nosso Natal flui - o do David, principalmente. Na última terapia em grupo do ano me perguntaram qual o sentido do Natal. Na verdade foi uma pergunta aberta. Qual é o sentido do Natal? É a imagem da família sagrada, o Papai Noel do shopping? A árvore de Natal artificial, as luzes da casa mais decorada do bairro? É a ceia ou a rabanada? A TV ligada ou a conversa com as nozes de fundo sendo quebradas? Eu respondi reunion. Clichê, né. Acho que porque assim como o menino doentinho do conto eu também quero estar entre "alguém", entre os meus...entre o que me pertence. Diga para alguém que estou aqui.

Com a volta do sogrinho prevista para o dia 23 de dezembro já havíamos decidido passar o Natal entre nós. A ceia seria simples, porém com algumas novidades. E eu poderia descansar depois de um mês muito exigente e cansativo em que eu decidi confeccionar todas as prendas natalinas para os professores, terapeutas, amigos queridos... Trabalho gratificante, mas que me colocou para dormir na escuridão da noite muitas vezes. No meio desta agitação toda, dias antes do retorno do sogrinho, troco algumas palavras com a amiga Alê que nos convida para passar o Natal com a sua família e uma amiga dela. Achei a ideia ótima e comecei a revirar os livros em busca de receitas até porque eu não tenho experiência e intimidade nenhuma com o preparativo de pratos tradicionais natalinos. Salvo rabanada. A Alê foi o meu primeiro contato aqui nos EUA antes e quando me mudei, portanto tenho muito carinho por ela e os seus. Lembro-me de ligar para a Alê ansiosa querendo definir nossa ceia para me trazer um pouco de sossego. Ela deve ter achado graça. Risos. E, amiga boa que é, trouxe sossego sim. Nossa ceia foi farta, saborosa e aconchegante. Conforto para os nossos corações que se dividem entre dois continentes. Especialmente em uma época de nostalgia como essa...

                                   ~~~~~~~

O livro que mais consultei foi o Jerusalem do Ottolenghi e de onde saiu a receita de galinha que saboreamos na nossa ceia que também teve: tabule de quinoa com alface, arroz, sopa de lentilha, tender, strogonoff de cogumelos, purê de batatas e torta de frango. Yumyum.

Galinha assada com tupinambo e limão

Ingredientes:

450 gramas de tupinambos, descascados e cortados na longitudinal em 4 ou 6 pedaços

3 colheres de sopa de suco de limão fresco

8 pedaços de coxa e sobrecoxa com pele e ossos ou 1 galinha caipira em pedaços

12 chalotas cortadas ao meio na longitudinal

12 dentes de alho fatiados

1 limão cortado ao meio e então fatiado bem fininho

1 colher de chá de açafrão

3 1/2 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem

2/3 de xícara de chá de água fria

1/4 de xícara de chá de folhas de tomilho fresco (usei desidratado com sucesso)

1 xícara de chá de folhas de picadas de estragão

2 colheres de chá de sal marinho

1/2 colher de chá de pimenta preta moída

Modo de preparo:

Coloque as raízes de tupinambo em uma panela, cubra com água, adicione metade do suco de limão e ferva. Abaixe o fogo e cozinhe por 10-20 minutos, até que estejam macias mas não moles. Escorra e deixe esfriar.

Transfira as raízes de tupinambo e todos os ingredientes restantes, com exceção do resto do suco de limão e metade do estragão, para um pote fundo usando as mãos para espalhar e cobrir os pedaços de galinha e tupibambos com os temperos. Cubra e deixe na geladeira marinando durante a noite ou por no mínimo duas horas.

Aqueça o forno a 240ºC (475ºF). Arrume os pedaços de galinha, pele para cima, no centro da travessa que vai ao forno e espalhe o restante dos ingredientes ao redor da galinha. Asse por 30 minutos. Então, cubra a travessa com papel alumínio e cozinhe por mais 15 minutos. Eu achei que precisou de mais tempo e assei por mais 15 minutos. Retire do forno e adicione o restante do suco de limão e estragão. Misture bem e prove. Sirva em seguida.

Antes tarde do que nunca! A receita do bolo de amêndoas, azeite e laranja

Thursday, December 19, 2013

Agora sim a receita de bolo sans glúten mais bonita e delicada que eu já fiz e provei conforme eu havia prometido e que foi aprovada pelo David logo na primeira garfada: - mamãe, faz de aniversário esse bolo mamãe?

Receita perfeita para ser servida nesta época de festas no lugar da tradicional torta de nozes que apesar de ser muito gostosa é muito pesada.

Ingredientes:

3/4 de xícara de farinha de amêndoa (ou amêndoas)

3/4 de xícara de farinha de arroz

1/4 colher de chá de bicarbonato de sódio

1/2 colher de chá de sal

3 ovos separados

3/4 de xícara de chá de açúcar

1/2 xícara de chá de azeite de oliva extra virgem leve e frutado

2 colheres de chá de extrato de baunilha

1/2 colher de chá de extrato de amêndoas

Raspas frescas da casca de duas laranjas (e extra para decorar o bolo)

1/2 xícara de chá de suco de laranja

1/4 de xícara de chá de Xerez ou vinho para cozinhar

Para servir:

Amêndoas lamimadas

Creme fresco ou creme tipo chantilly levemente doce

Frutas silvestres

Modo de preparo:

Aqueça o forno a 180ºC. Unte uma forma de fundo removível redonda para bolo e cubra a base com papel manteiga.
Caso não esteja usando a farinha de amêndoas faça o seguinte, em fogo médio, toste as amêndoas até que fiquem douradas. Quando estiverem frias passe-as em um processador de alimentos até formarem uma farinha fina.

Em uma tigela, passe na peneira a farinha de arroz, de amêndoas, o bicarbonato de sódio e o sal. Enquanto isso, em uma outra tigela, bata as gemas por aproximadamente um minuto até ficarem amarelo clarinho. Adicione o açúcar e bata por mais 2-3 minutos. Adicione o azeite e continue batendo devagar. Em seguida acrescente o extrato de baunilha, de amêndoas, as raspas da laranja o suco de laranja e o Xerez. Por fim, incorpore os ingredientes secos mexendo cuidadosamente.

Separadamente, bata as claras até que comecem a formar picos. É muito importante que o recipiente a ser usado e os batedores estejam bem limpos. Com a ajuda das mãos (seguindo a dica da receita original e minha experiência sensorial positiva) misture as claras com a mistura do bolo acima. Transfira para a forma e asse entre 30-40 minutos até que um palito inserido no meio saia limpo.

Deixe o bolo esfriar por aproximadamente 15 minutos. Em seguida passe uma faca ao redor da borda para ajudar a soltar o bolo da fôrma e cuidadosamente inverta-o sobre um pano de prato limpo. Esta é a hora de retirar o papel manteiga da base. Feito isso inverta-o novamente com a ajuda de um prato ou descanso para bolos. Decore com as lâminas de amêndoas e sirva com o creme de chantilly se preferir.

Bolo de mirtilo

Wednesday, December 18, 2013

Fazia tempo que eu queria provar um bolo de mirtilo, destes para tomar com café no fim do dia, então quando eu encontrei a receita Blueberry Coffee Cake no livro da Elana Amsterdam marquei a página e anotei a lista de ingredientes para a minha próxima ída ao mercado.

Ultimamente tenho escrito listas gigantes, incluindo todos os ingredientes dos pratos e receitas da semana, que têm servido de exercício para a minha memória cansada. O mais curioso é que sempre que estou com a minha lista em punho (uma folhona de papel mesmo), um funcionário do supermercado me aborda para saber se preciso de ajuda. E muitas vezes, quando invento de cozinhar com algum ingrediente muito fora do meu repertório, eu preciso sim. ;-)

Este bolo foi uma agradável surpresa. O meu sogro e a Estela adoraram e a Estela pediu para levar para a escola de lanche no dia seguinte. A minha única tristeza foi não ter conseguido salvar uma única foto antes da mega limpeza que fiz no celular. Por isso os deixarei com a foto do livro. Vocês vão me agradecer. :D

Ingredientes:

2 xícaras de chá de farinha de amêndoas

1/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio

1/4 de colher de chá de sal marinho

4 ovos caipiras

1/4 de xícara de chá de gordura vegetal do bem

1/4 de xícara de chá de açúcar de coco

1 colher de sopa de extrato de baunilha

1/2 xícara de chá de mirtilos

Cobertura:

1/4 de xícara de chá de gordura vegetal do bem

1/4 de xícara de chá de açúcar de coco

1/2 xícara de chá de farinha de amêndoas

1 colher de sopa de canela

Modo de preparo:

Aqueça o forno a 180ºC. Unte uma assadeira para bolos redonda com a gordura vegetal e a farinha de amêndoas. Para fazer o bolo misture a farinha de amêndoas, o bicarbonato de sódio e o sal. Separadamente, bata os ovos, a gordura vegetal, o açúcar de coco e o extrato de baunilha. Misture bem os ingredientes secos e molhados e por fim acrescente os mirtilos. Transfira a massa para a assadeira já untada e reserve.
Para fazer a cobertura bata bem a gordura o açúcar até formar um creme. Acrescente a farinha e a canela e misture maia um pouco. Polvilhe por cima da massa crua e leve ao forno por 30-40 minutos. Deixe o bolo esfriar e então sirva.

AMSTERDAM, Elana. Paleo Cooking from Elana's Pantry. 1 ed. Berkeley: Ten Speed Press, 2013. 24 p.  
www.elanaspantry.com

O despertador ausente e a feira

Saturday, December 14, 2013

Ao contrário. Começo pela feira e termino com um recorte da nossa manhã descarrilhada.

Quando Teju Cole pipocou na minha linha do tempo me lembrei de fato. Brasa quente na memória. A feira foi pequena e bem modesta. Havia três mesas vendendo todo tipo de quinquilharia. Muito bibelô, toalha de mesa, enfeites dos mais variados, principalmente natalinos. Eu mesma ia e vinha da minha mesa fuçar junto com as funcionárias do convento que desciam em duplas ou em grupos de cinco, oito, saindo de lá carregadas. No centro havia a mesa do fazendeiro Don vendendo o surplus de alho da nossa temporada de 2013. Do lado uma das freiras vendendo café da região e seus pães caseiros, além dos cachecóis feitos por algum conhecido dela. Atrás a minha mesa e à esquerda, por último, a mesa de uma freira com a sua arte em quadro, cartões, murais e cerâmica e que me causou um certo fascínio. Eu não sabia que o fazendeiro falava alemão e russo e que trabalhava com refugiados do leste europeu e da África. Em algum momento da nossa conversa eu disse que sentia falta de escrever ficção e daí surgiu a conversa que conecta Teju Cole às cicatrizes de todos os homens e aos poemas da Irmã Barbara. Em algum momento ele mencionou que queria muito colocar no papel a história que escutou da boca de um sobrevivente de guerra russo, mas que algo no processo o bloqueava. Fiquei pensando se a bala nas costas daquela vítima de guerra não teria também levado um pedaço da alma do fazendeiro, aquela que instintivamente nos permite o registro da nossa história. Há suicídios e redenção entre as vítimas de tortura e uma resiliência que ele, com os olhos arregalados, disse nunca ter encontrado antes. E assim seguiu contando os horrores que conheceu através do seu trabalho que são para nós o ponto final de uma guerra enquanto que para os sobrevimentes o recomeço. Tentativas de. E me contou sem pedir desculpas, sem abreviar tremendo sofrimento, entre uma venda e outra, uma trivialidade e outra. Quase como se ele estivesse escrevendo um relatório formal, brutal daquilo que nenhum de nós, no acalanto das nossas casas, um dia viveu. 

After learning for the first time how her husband had died, she was asked if she could forgive the man who did it.
Speaking slowly, in one of the native languages, her message came back through the interpreters: “No government can forgive.” Pause. “No commission can forgive.” Pause. “Only I can forgive.” Pause. “And I am not ready to forgive". (De um texto do Cole)

Inner
Branching out
Outter
Seeking
Neither are the whole
but together - There is possibility. 
Reach! (Barbara, freira escritora e pintora)

[O despertador ausente. De como eu quase perdi o meu rebolado e a feira]

Acordamos cinco minutos antes do ônibus do David chegar. De novo, pensei comigo. Desci correndo me troquei e abri a geladeira tirando de dentro dela tudo que eu precisava para o café e lancheira das crianças. De longe escutava a Cecília choramingando, a tampa da privada batendo forte e os passos do David descendo a escada correndo. O ônibus chegou. David o ônibus está aqui, filho. Não vai dar tempo, você vai de carro com a mamãe, okay? David, você vai de carro, o k a y?? Exclamava olhando nos olhos dele ainda sem entender bem que o dia era dia. Abri a porta e fiz sinal com a mão de que ele não ia pegar o ônibus. De volta pensei hoje vai ser um daqueles dias, justo hoje o dia da feira de Natal. A Cecília já tinha encontrado o caminho até a cozinha e logo estava puxando a minha calça. Preparei o que deu com ela no colo e assim que pude a coloquei no chão com um morango em uma mão e na outra um potinho com as suas homeopatias. Ufa, ela não protestou.
Orquestra, a Estela tem ensaio!!! Antonio tem como você levá-la? É daqui a dez minutos, às oito. Vamos! Estela enfim aparece dizendo que não ia dar para esperar a lancheira ficar pronta. Vai de almoço da escola hoje. Coloquei água na sua garrafa e uma maçã no bolso da mochila. De volta pro fogão, comecei a preparar a sopa do almoço, um lanche rápido para eu comer na feira. Bendito preparo de véspera: com os legumes e galinha já cortados e temperados foi mais tranquilo que descascar uma banana. E assim a manhã seguiu até a hora d'eu sair para levar as crianças para a escola e voltar para o front. ;)
Ligeira. Respirava porque tinha de fazer aquela manhã, fatia da vidinha, acontecer.

[Balão e música e funeral simbólico pois que cabe tudo isso numa conclusão]

E aconteceu. Fluiu feito rio com direito a chuva na estrada. A feira rendeu uns trocados. Vendi todos os protetores para os lábios e cinco bastidores. Cheguei até a praticar o meu francês básico em um ato de desespero. O público que frequenta estas feiras sabe e muito pechinchar e eu, seguindo a dica do fazendeiro, me deixei cair na conversa delas. Voltei para casa com vontade de mais feira. Refletindo sobre as guerras e o meu sentimento de impotência diante tamanha brutalidade, não dá para se sentir inteiro quando tantos outros estão pela metade. E então como fica, como se vive? Minha esperança era que a sopa e o sorriso da Cecília quando eu abrisse a porta me resgatasse. E clichê por clichê, me resgatou.

A lancheira do dia

Friday, December 13, 2013

Sexta-feira.
Apenas a Estela levou lancheira hoje. De lanche uma mixirica com mirtilos e chips de batata doce, e de almoço uma maçã, pepinos com milho e as sobras do jantar: purê de batata e carne moída refogada com legumes. Um prato quentinho para aquecê-la neste frio cruel.

E vocês, o que enviaram hoje?

A lancheira do dia

Thursday, December 12, 2013

Hoje foram de sanduíche. O meu coringa.
A Estela gosta apenas com peito de peru ou presunto, assim mesmo, bem seco (e sem graça). ;-) O David prefere com a adição de manteiga ou cream cheese e queijo, de preferência in natura (raw). Levaram melância um e pêra o outro, além de brócolis.

Cozinhando em viagens

Friday, December 6, 2013

Em 2011 passamos dez dias em Paris com os meus sogros. Meu sogro programou toda a viagem, inclusive alugou um apê muito charmoso para todos nós na Rue St. Paul. Esta foi a minha primeira viagem para Paris onde eu finalmente conheci Créteil, a cidade onde o Antonio viveu parte da infância e dona das histórias mais nostálgicas e felizes da memória de um menino de 10 anos. É claro que eu havia achado super legal ficar em um apartamento com cozinha completa em vez de um quarto de hotel com apenas frigobar (ou nem isso dependendo do quarto de hotel), mas na época minha cabeça só conseguia pensar que a Paris imaginária iria enfim conhecer a Paris real, o ar francês que inspirou Séraphine Louis ♥ e que bem do lado do nosso apê havia uma boulangerie modesta, mas que guardava os melhores folhados e a melhor interpretação de pizza do planeta: sobre um brioche. O que eu não sabia ainda era que esta experiência bastante cômoda e econômica de ter panelas a disposição ia se tornar um pré-requisito na hora de viajar com as crianças, principalmente aqui nos EUA.
Quando fomos para a Flórida por exemplo, em uma viagem que levou dois dias de carro, levei duas caixas com produtos essenciais e que não estragariam sem refrigeração e que eu sabia que não iria encontrar na cozinha do apartamento que alugamos (sal marinho, azeite extra virgem, açúcar mascavo, café, macarrão, frutas, arroz, e por ai vai), além de comidas para os dois dias de viagem no carro (frutas, sanduíches, hummus, tomates, pão de queijo caseiro, bolo de banana, etc). Eu me preparei durante a semana cozinhando e congelando o que dava e que seria consumido no carro (bolos congelam bem e agradam a todos), e valeu a pena porque saímos na hora sem atrasos, economizamos uma grana na estrada e em paradas, fazendo uma única no primeiro dia para almoçar em uma casa de sopas, pães e saladas.
Para esta nossa última viagem à Califórnia eu não me preocupei em demasia porque sabia que teria uma cozinha mais completa ainda esperando por nós. Então me ocupei com o que levar para lanchar no aeroporto e avião, até porque comida de aeroporto é ruim e cara. E novamente foi uma beleza porque nós demos conta de tudo: frutas, pipocas, sandubas, granolas... seria só chegar e passar no supermercado para abastecer a geladeira para a semana. Acontece que os imprevistos estão aí para nos desafiar. Trazer equilibrium. Cecília amanheceu com febre e passou a viagem toda mamando e dormindo, o que me preocupou pacas, e como se não bastasse o vôo demorou além do normal por causa dos ventos fortes. Cheguei exausta e só conseguia pensar que eu não tinha forças para ir ao mercado. Esgotada. Naquela noite jantamos pizza e decidimos deixar as compras para o dia seguinte, quem teria arriscado dirigir naquela escuridão cansada depois de um dia todo viajando? E foi a decisão mais sábia. Há dias em que as pizzas salvam, sacam? No dia seguinte fiz uma compra básica para o baião levando em conta os nossos dez dias de visita, os utensílios disponíveis e o gosto da turma. A nossa lista ficou mais ou menos assim:
Leite integral in natura
Kefir
Ovos
Galinha
Carne
Pão (com apenas quatro ingredientes e todos REAIS, como feito em casa, sem bromato ou qualquer outro lixo, gotta love CA)
Queijo fresco in natura
Manteiga
Frutas
Verduras
Arroz
Caldo de frango lindo (também com ingredientes verdadeiros puros e nutritivos)
Macarrão
Molho de tomate
Barra de cereal de arroz para as crianças (um agrado para os dias de passeio)
Biscoitos salgados (outro agrado também com o mínimo de ingredientes já que eles não comem em casa)

Os meus dias se dividiam em dois tipos: dias de passeio na cidade em que estávamos hospedados, Mountain View, e dias em São Francisco.
Nos dias de passeio pela redondeza eu ficava por conta de preparar as três refeições. O trivial. Deixava para comer fora quando ia para SF e assim mesmo apenas uma refeição. Teve dia de arroz com feijão e salada. Dia de galinha assada com vegetais e purê. Sopa de legumes com pedaços de peito. Macarrão com tomates cereja e salada. Carne refogada com legumes. Carne de panela com cenoura e arroz. Tudo muito simples e fácil de preparar. Para mim é importante que eles sentem e comam bem antes de um passeio longo. É importante comer com uma certa calma e tranquilidade (um desafio por conta das personalidades do quinteto e suas idades) e, sendo assim,  eu não me aborreço nem um pouco por deixar de comer fora neste momento em que a Cecília só quer saber de correr ao redor da mesa, jogar comida no chão, sentar no meu colo e tomar posse do meu garfo... Afinal, o importante é manter, na medida do possível, uma alimentação mais próxima da que temos em casa e neste sentindo a Califórnia foi nota dez, pois tudo é regional, fresco, a variedade de produtos orgânicos e integrais é muito maior, de inspirar qualquer aprendiz de cozinheiro. :-)

[Assim que publiquei este post pipocou na minha ttimeline do Face uma postagem muito muito bacana e bem detalhada do blog 100daysofrealfood sobre lanches para trazer na viagem, confiram aqui.]

{exceções que eu abro quando estamos fora: feijão enlatado e caldo de frango}

{mini maçãs heirloom que as crianças adoraram}

{pequena ceia na noite do thathanksgiving: purê de abóbora, batata doce com passas, arroz, vagem e brócolis}

{famosa e saborosa one pot pasta}

{piquenique com frutas, biscoitos salgados e água}

{saboreando o seu Ben&Jerry's de chocolate e baunilha}

{porta lanches, pratos e guardanapos que nós usamos demais feitos por mim}

{nossa cozinha emprestada} 
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