Nem sempre é um mar de rosas (and that's okay)

Sunday, October 13, 2013

Eu adoro caprichar na primeira refeição do dia principalmente nos finais de semana. E geralmente nos domingos faço panquecas para nós variando receitas que encontro nos livros e na minha cabeça. Aprecio a ideia de café da manhã *reforçado*, gosto de arrumar a mesa e preparar tudo com calma principalmente porque o marido está em casa para me ajudar e compartilhar desse momento. Nossa comunhão.

Mas nem sempre é um mar de rosas. Há refeições prazerosas e muito harmônicas sim, já outras em que alguém se recusa a comer e esbraveja, ou bate o pé e entra dentro da geladeira como forma de protesto.  And that's okay. E como me custa escrever sobre como eu me sinto com relação a estes momentos menos harmônicos. Dependendo do dia, do momento, de como estou me sentindo levo a situação com mais ou menos sabedoria. A parada é tão complexa quanto viver é perigoso. Hoje, a primeira coisa que a Estela disse quando desceu para o café foi: - De novo!?! Todo sábado é a mesma coisa. Na mesma hora o sogrinho intercedeu por mim e disse algo sobre ela ser grata enquanto eu buscava o que responder.

Mas nem sempre eu encontro as palavras certas (ou opto pelo silêncio) e tentando ser compreensiva, enquanto lidava com a minha frustração disse: - Fiz o melhor que pude, filha. Acordei cedo, antes da hora que eu gostaria de ter acordado para preparar o café pra gente poder ir pra fazenda. Seria legal da sua parte demonstrar um pouco de gratidão...
E como se não bastasse completei dizendo que muitas crianças se sentiriam privilegiadas de poder tomar um café como este. E claro, no mesmo instante tive vontade de reformular tudo e deletar também.

Acho que no fundo eu fiquei surpresa com a reação dela, pois não havia ali na mesa nada que não fosse do seu agrado. Porque na minha cabeça se ela não quisesse ovos, havia kefir, se não quisesse kefir havia laranja, torradas, geléia... Estela se retirou e só voltou no finalzinho, super aborrecida. O café não foi o mesmo sem ela. Quando voltou conversamos um pouco mais sobre o nosso aborrecimento, pedi sugestões, me esforcei para escutar com o coração e seguimos adiante com a nossa rotina mais leves por dentro. Havia fazenda e ela sempre cura.

Neste caminho por uma convivência mais  pacífica (respeitosa, amorosa, honesta e plena) esbarramos em pequenos desafios que nem sempre são fáceis de transpor e eu sinto que a única maneira de trabalhar com eles é reconhecer nossas limitações (que são apenas nossas e dizem respeito à nossa jornada) e ter paciência conosco (e com o outro) enquanto crescemos. As crianças não têm noção do trabalho físico e mental envolvido nos cuidados do lar por mais que elas participem ativamente dele. E eu nem espero que elas tenham tamanha compreensão. Uma coisa de cada vez...
Ao mesmo tempo sinto que falhei no meu julgamento e fui literal na minha interpretação dos sentimentos da Estela levando para o lado pessoal. Afinal, qual problema em estar enjoada de comer determinado prato?

Preciso ficar de molho para voltar para a realidade mais suave. I hope that's okay.

{ovos caipiras com alho-poró, queijo in natura, manteiga da boa, geléia caseira de figo e morango, clementines e kefir} 

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