Dieta tradicional segundo Weston A. Price

Wednesday, November 27, 2013

Foi na minha linha do tempo do Facebook que eu li pela primeira vez sobre a dieta tradicional estudada pelo dentista americano Weston A. Price. Já fazia um tempinho que eu havia lido o livro What's Eating your Child e feito alguns ajustes na nossa dieta, especialmente na do David, excluindo o suco de laranja comprado pronto (e acreditem, até as melhores marcas vendem um produto muito inferior comparado ao feito em casa), o American cheese adorado pelo David (ainda que orgânico) e alguns biscoitos (também orgânicos) e limitado o consumo de pão mesmo que integral. Então quando resolvi me aprofundar nos estudos do Weston Price não foi difícil incorporar os seus ensinamentos e lapidar ainda mais a nossa dieta. Em seu livro de nutrição e antropologia Nutrition and Physical Degeneration ele relata o que documentou em anos de viagens e pesquisas estudando e observando a dieta tradicional de sociedades remotas (primitivas/nativas) espalhadas pelo globo (suíços, gaélicos, esquimós; nativos da América do Norte, da Malásia, Polinésia; tribos africanas, aborígenes australianos, maoris e peruanos isolados ou em convívio com a civilização) que se encontravam em processo de transição das suas dietas integrais nativas para a dieta vinda de fora e rica em alimentos refinados e processados e o impacto destas mudanças na saúde dos indivíduos.

Este livro marcou um momento super importante em que eu questionava o rumo que a minha dieta estava tomando (entre o resgate do vegetarianismo e o  breve período de veganismo) e serviu para eu me certificar de que muitas das minhas crenças e intuições com relação a nossa alimentação, bem como as necessidades das nossas três crianças,tinham uma origem sólida, antiga e tradicional. Em um mundo repleto de informações e dietas é bom, vez ou outra, se sentir seguro na sua escolha.

Características da dieta tradicional tal como na página da fundação em tradução livre (tradução não é o meu forte, tenham paciência comigo)

1. A dieta dos povos primitivos e comunidades não-industrializadas saudáveis não contém alimentos refinados como açúcar refinado ou xarope de milho; trigo refinado; comida enlatada; leite pasteurizado ou homogeneizado, magro ou sem gordura; óleo vegetal refinado ou hidrogenado; suplementos proteicos; vitaminas artificiais ou aditivos químicos e corantes.

2. Todas as culturas tradicionais consumiam algum tipo de proteína animal e gordura de peixe ou outros frutos do mar; água doce e aves; animais da terra; ovos; leites e derivados; répteis e insetos.

3. Dietas primitivas contém pelo menos quatro vezes mais cálcio e outros minerais e DEZ vezes mais vitaminas solúveis em gorduras de origem animal que a dieta americana padrão.   

4. Em todas a culturas tradicionais, alguns produtos animais são consumidos crus.

5. Dietas primitivas e tradicionais têm um teor elevado de enzimas provenientes de laticínios in natura (que não foram pasteurizados), carne e peixe crus, mel in natura, frutas tropicais, óleos prensados a frio, vinho e cerveja não pasteurizados, vegetais, frutas, bebidas, carnes e condimentos naturalmente preservados.

6. Sementes, grãos e nozes são deixados de molho, germinados e fermentados com a finalidade de neutralizar antinutrientes tais como: ácido fítico, inibidores enzimáticos, taninos e carboidratos complexos.

7. O conteúdo total de gordura das dietas tradicionais variavam de 30% a 80% mas apenas 4% das calorias decorriam de óleos poliinsaturados provenientes de grãos, legumes, nozes, peixes, gorduras animal e vegetal. O equilíbrio das calorias de gordura se dava na forma dos ácidos graxos saturados e monoinsaturados. Em outras palavras, viva as gorduras tradicionais.  

8. Dietas tradicionais contêm praticamentes as mesmas quantidades dos ácidos graxos essenciais omega-6 and omega-3.

9. Todas as dietas primitivas fazem uso de algum tipo de sal.

10. Culturas tradicionais consomem ossos animais, geralmente na forma de caldos ricos em gelatina.

11. Culturas tradicionais preparam provisões tendo em vista a saúde das gerações futuras (oferecendo alimentos  ricos e nutricionalmente densos para futuros pais, gestantes e crianças),  respeitando o espaço de tempo entre uma gestação e a outra e ensinando os princípios de uma dieta correta para os pequenos.

Guia para a saúde

1. Coma alimentos integrais, naturais.

2. Coma apenas comida que estraga e cuja validade expira, mas coma antes que isto aconteça. ;-)

3. Coma carnes, incluindo peixe, frutos do mar, aves, carne vermelha, de caça, órgãos e ovos orgânicos, de animais que vivem o mais próximo possível de seu habitat natural, favorecendo agricultura e pesca sustentável e local.

4. Beba leite integral, fresco/in natura de vacas de pastagem, principalmente bebidas fermentadas como kefir, iogurte, manteiga com culturas vivas, queijos frescos, coalhada e creme azedo (sour cream).

5. Use apenas gorduras tradicionais e óleos incluindo manteiga e gorduras animais, azeite de oliva extra virgem, óleo de semente de gergelim extraído a frio, óleo de semente de linhaça e óleos tropicais, de palma e coco que não tenham passado por refinamento e de preferência orgânicos.

6. Coma frutas frescas e vegetais, de preferência orgânicos, em saladas e sopas ou levemente no vapor.

7. Use grãos integrais, nozes e sementes que foram prepadadas seguindo métodos tradicionais de deixar de molho de um dia para o outro e de germinação para neutralizar o ácido fítico e outros antinutrientes.

8. Inclua vegetais, frutas, bebidas e condimentos lacto-fermentados em sua dieta regularmente.

9. Prepare caldos caseiros a partir de ossos de carnes, galinhas, cordeiro e peixes e use sem restrição em sopas e molhos.

10. Use chás de ervas e substitutos de café com moderação.

11. Use água mineral filtrada para cozinhar e beber.

12. Use sal marinho que não tenha sido refinado e uma variedade de ervas e temperos para estimular o apetite.

13. Faça o seu próprio molho para saladas usando vinagre virgem, azeite de oliva extra virgem e azeite de linhaça.

14. Use adoçantes naturais com  moração, como mel, melaço, maple syrup, cana desidratada e stevia.

15. Use somente vinho e cerveja não pasteurizado durante as refeições e com moderação.

16. Cozinhe somente em panelas de aço inoxidável, ferro, vidro e esmalte de boa qualidade.

17. Use apenas suplementos naturais (não sintéticos) na forma de óleo de fígado de bacalhau, por exemplo.

8. Durma bem muitas horas, faça exercícios e tome banhos de sol.

19. Cultive pensamentos positivos e minimize estresse.

20. Pratique o perdão.  

Guia de tudo que faz mal e deve ser evitado   

1. Não coma alimentos processados como biscoitos, bolos, bolachas, congelados, molhos prontos, etc.

2. Evite todo e qualquer tipo de açúcar refinado incluindo xarope de milho.

3. Evite farinha de trigo refinada e derivados e arroz branco*.

4. Evite toda e qualquer gordura vegetal hidrogenada e óleos e gorduras parcialmente hidrogenadas.

5. Evite todos os óleos feitos a partir da soja, do milho, da canola ou de sementes de algodão.

6. Não use óleos poliinsaturados para cozinhar, refogar ou assar.

7. Evite comidas fritas.

8. Não pratique veganismo; alimentos de origem animal oferecem nutrientes vitais não encontrados em plantas e vegetais.

9. Evite produtos que contenham proteína em pó.

10. Evite leite pasteurizado; não consuma leite magro, sem gordura, em pó ou imitações de leite. O processo de pasteurização, em linhas gerais, transforma o leite em um alimento morto. Mais sobre o assunto aqui.

11. Evite ovos e carnes provenientes de fábricas, onde os animais passam a vida encarcerados.

12. Evite frios e embutidos altamente processados, cheios de MSG (glutamato monossódico) e outros ingredientes químicos.

13. Evite sementes, grãos e nozes velhos encontrados en granolas, cereais, pães prontos, já que eles blocam a absorção de minerais e causam estresse intestinal.

14. Evite frutas e vegetais em latas e  geneticamente modificados.

15. Evite alimentos artificiais, especialmente MSG (glutamato monossódico), proteína vegetal hidrolizada e aspartame, que são neurotoxinas. A maioria das sopas, molhos e caldos prontos contém MSG, mesmo que não conste no rótulo.

16. Evite bebidas ricas em cafeína como café, chá. Evite chocolate.

17. Evite alimentos que contenham alumínio como sal comercial, fermento em pó e antiácidos. Não use panelas que com alumínio e desodorantes.

18. Não beba água com flúor.

19. Evite vitaminas sintéticas e alimentos enriquecidos com as mesmas.

20. Não beba liquor destilado.

21. Não use microondas. 

*Após mais de uma década comendo e defendendo o consumo do arroz integral, hoje posso dizer com segurança: estava fazendo tudo errado. Rá! Nunca deixei o arroz de molho, nem nunca germinei os meus grãos, e passei tanto tempo excomungando o gostoso arroz branquinho e fofinho da infância. Qual é o lance com o arroz integral quando não preparado corretamente? Ácido fítico que inibe a absorção de minerais importantes, excesso de fibras que podem causar estresse intestinal e por fim, gordura poliinsaturada presente no germe do grão que se trata de uma gordura instável e que estraga facilmente. Quer preparar corretamente, deixe de molho por 24 horas em água morna (processo de fermentação), reserve 10% da água de arroz (fermentada) para a próxima vez que for deixar arroz de molho e assim por diante.Após as 24 horas, escorra toda a água e cozinhe o arroz como de costume. Ele também pode ser deixado de molho por menos tempo, entre 6-12 horas. Diferente do arroz integral, o arroz branco é de fácil digestão e não exige tantas etapas no preparo. Preocupado com o perfil nutricional do mesmo? É só cozinhá-lo com caldos caseiros, ricos em nutrientes incluindo gelatina e minerais.
E assim acabei de ir contra o sábio ensinamento do Sr. Price de evitar o arroz branco. :-)

Salve a moderação.

Tortilla espanhola com alho-poró

Friday, November 22, 2013

Aprendi a fazer a tortilla espanhola com o meu sogro querido. Nativo de Madri, cresceu comendo tortillas em piqueniques com a sua família. Nós adoramos porque, além de gostosa e nutritiva, é fácil de preparar e pode ser adaptada de acordo com o gosto da turma. A base da tortilla é batata e ovos, começa no fogão e termina no forno. Esta em especial foi toda feita no forno por conta de ser um dia de almoço preguiçoso. Untei a travessa com azeite extra virgem, fatiei as batatas e arrumei no fundo formando uma camada, quase duas. Cobri com a mistura de ovos batidos, alho-poró, sal marinho e temperos e levei para assar até ficar sequinha e levemente dourada.

O descanso da fazendinha

Sunday, November 17, 2013

Este sábado foi o último dia de fazendinha. Nem dá pra acreditar que este ano tivemos colheita até o meio de novembro! Quando chegamos encontramos muitos voluntários ajudando a guardar as mangueiras, limpar os canteiros... fazendo todo tipo de serviço necessário para deixar a fazenda pronta para passar o inverno. Tão gratificante poder acompanhar de perto o ciclo de uma fazenda. Também por isso, por esta proximidade e vínculo com a terra e comunidade sinto uma tristeza que o nosso inverno seja longo e que teremos que esperar pacientemente pela primavera. Então, quando mencionei o meu desânimo, escutei do fazendeiro que eu podia aparecer sempre que quisesse para colher as variedades de couve que ainda restam nos longos canteiros. Eu apenas teria que avisá-lo antes de passar lá. Que maravilha, respondi com um sorriso largo e surpreso.

A cesta desta semana foi realmente especial, cheia de mimos para o nosso corpo e espírito. Esta é a única ocasião que não ajudamos a colher, lavar e preparar as mesas com a feira que será levada para a casa. Quando chegamos encontramos as sacolas de papelão com os nossos nomes, cartões de agradecimento, um lindo poema escrito por um dos braços direito do fazendeiro, o Sr. Tom (biólogo-naturalista-poeta), e uma cartilha querida com ilustrações, receitas e textos para as famílias levarem para casa feita pelo Sr. Tom também. <3 Tudo organizado com carinho sobre as mesmas mesas que servem para os dias de feira. Do lado de cada sacola havia ainda uma garrafa de cidra de maçã fresquinha de uma fazenda vizinha. Saímos de lá com o coração cheio de paz.

Obrigada Homecoming Farm & Sophia Garden. Obrigada fazendeiro Don e fazendeira Elizabeth. E por fim, obrigada mãe terra.

A lancheira do dia

Friday, November 15, 2013

Faz dois dias que o David está em casa resfriado, então somente a Estela tem levado lancheira.

Hoje de especial tem sopa de lentilha com cenoura e frango e cookies. Yumyum. :-)

A lancheira do dia

Thursday, November 14, 2013

Porque faz tempo que eu não deixo aqui um registro ...

De almoço: macarrão com azeite e alho, almôndegas caseiras, parmesão in natura, maçã e pepinos.

De lanche: bolo de coco, uvas e framboesas.

Tudo orgânico.

Kefir - O antibiótico natural

Wednesday, November 13, 2013

Finalmente tomei coragem de me aventurar pelo mundo das bebidas fermentadas, em especial kefir e kombucha. O David com o seu sistema digestivo sensível foi o que mais se beneficiou com a inclusão destas duas poções mágicas na nossa dieta (já faz mais de um ano) e com o passar do tempo eu comecei a brincar com a ideia de fazer o nosso próprio kefir e kombucha em casa. Acontece que o kombucha tem mais etapas e exige mais espaço físico para ser preparado e devidamente fermentado e a nossa minúscula cozinha não cabe nem mais um palito, de modo que estou pensando em retirar da parede o microondas que nós não usamos e instalar no seu lugar prateleiras. Okay, uma ÚNICA prateleira. Hahaha! Então, depois de ler a receita super simples de kefir no livro da Ashley English não tive dúvidas de que começaria com ela e assim que pude eu encomendei os grãos de kefir pela internet.

Kefir - Uma breve introdução

O leite kefir é uma bebida fermentada rica em culturas vivas - uma simbiose complexa de bactérias e fungos - que surgiu na região do Cáucaso entre pastores que tinham o costume de carregar o leite em bolsas de couro onde o próprio azedava e borbulhava. Não é a toa que em toda esta região o kefir é considerado o elixir da boa saúde já que é rico em fósforo, vitamina K, ácido fólico e biotina (vitaminas B7, B8 e H), além dos inúmeros microorganismos como, Lactobacillus Caucasus, espécies Acetobacter e Saccharomyces (fungo), conhecidos pela sua capacidade de penetrar a mucosa do nosso trato digestivo colonizando a parede intestinal e ajudando a eliminar potentes inimigos. Como resultado, fica mais fácil para o nosso organismo combater seres nada bem-vindos, como por exemplo, parasitas intestinais, salmonella, E. coli e outros. Como se não bastasse todos estes benefícios, o leite kefir é um potente anti-inflamatório e muito eficaz no tratamento de desconfortos intestinais.

A aparência destas pequenas colônias de bactérias e fungos em muito se assemelha com a do queijo cottage ou ainda pequenas cabeças de couve-flor. Os grãos são brancos e gelatinosos compostos primeiramente de bactérias produtoras de ácido lático Lactobacillus Brevis, Streptococcus Thermophillus, Lactobacillus Casei, Lactobacillus Helveticus, Lactobacillus Delbrueckii e fungos Candida Maris, Candida Inconspicua e Saccharomyces Cerevisiae11. Por mais exótico que pareça, o leite kefir não é difícil de preparar. Mais um alimento tradicional em que a beleza está na sua simplicidade. Ele pode ser usado no lugar do leite para bater vitaminas ou ser consumido puro. Os grãos devem ser colocados de molho em um recipiente de vidro com leite orgânico de preferência fresco/in natura (nunca ultra-pasteurizado) e deixado em temperatura ambiente para fermentar entre 12-48 horas (costumo deixar entre 18-24 horas, ficando pronto pada ser consumido no café da manhã).

Uma das maravilhas do kefir reside na sua generosidade e também na forma como ele chega até o consumidor: de mão em mão, através de doações ou trocas, já que os grãos se multiplicam quando cultivados com zelo permitindo uma colônia eterna de micronutrientes. Nos EUA é possível comprar via internet quando nenhum vizinho próximo tem para doar como foi no meu caso. No Brasil há comunidades no yahoo que realizam a troca e doação de grãos. O artigo da Pat Feldman do Crianças na Cozinha é excelente para quem está começando também e em busca de doadores de grãos. Estamos no final da nossa primeira semana e bastante animados com os resultados. A Estela pede para tomar todo dia. O Antonio acha forte e azedo, mas diz que se sente bem quando toma. Eu estou adorando a versão caseira apesar de achá-la mais forte também. O David provou e ficou bravo porque disse que não era o kefir dele. Vê se pode, mãe! Com ele aos poucos mesmo... a Ceci, bem, a Ceci toma um gole e depois faz bolhas de kefir assoprando o canudo e jogando pelo chão. Esta parte a gente pula, certo?! ;-)

Leia mais:

Kefir no Brasil

Banco Internacional de Kefir

Kefir no Wikipedia

Ingredientes:

1 colher de sopa de grãos de kefir

1 1/2 - 2 xícaras de leite integral de boa qualidade (foi assim que comecei: aos poucos, aumentando a quantidade a medida em que os grãos iam crescendo..também já fiz com menos leite porque não tinha o suficiente e deu certo)

*Pode ser feito com leite de cabra, amêndoas e coco

Modo de preparo:

Coloque os grãos de kefir em um pote de vidro (mason jar) ou copo com cuidado para não amassá-los. Cubra com o leite da sua escolha.

Cubra o pote ou copo com um pedaço de tecido (pano de prato, fralda) ou coador de café de papel. É importante que a "tampa" fique solta para que os gases criados pela fermentação tenham espaço para sair.

Deixe fermentar em temperatura ambiente por 24 horas. Caso prefira um kefir mais leve e fino deixe por menos tempo, 12 horas. Mexa o conteúdo com cuidado até duas vezes nesta etapa.

Quando a cultura estiver pronta transfira o leite para uma outra jarra/garrafa ou copo usando uma peneira para separar os grãos do líquido. De novo com cuidado para não amassá-los. Nunca lave os grãos. 

Este novo leite pode ser consumido imediatamente ou guardado na geladeira por até três semanas de acordo com o livro da Ashley English. Nosso favorito até o momento: batido com frutas silvestres, mel in natura e baunilha.

Os grãos podem ser reutilizados imediatamente também para uma nova cultura de leite kefir e assim terá kefir fresco todo dia. Caso não queira consumí-los com frequência é só guardá-los em um copo ou pote de vidro com tampa cobertos com água na geladeira. Você irá notar que a cada receita terá mais e mais grãos e assim poderá compartilhar com mais pessoas que estejam interessadas em embarcar nesta aventura. 

{finalmente chegou}

{uma colher de sopa de muita vida}

{reativando os grãos em uma
xícara de leite}

{quase três vezes mais grãos em menos de uma semana!}

Purê de maçã (applesauce)

Wednesday, November 6, 2013

Adoro fazer purê de frutas, especialmente maçã e pêra, e (a vida permitindo) toda segunda-feira eu preparo uma receita para a Cecília poder comer durante o grupo de pais que eu participo e que acontece na escola do David às terças-feiras. Ela adora e quando sobra eu raspo o prato. :-P Geralmente faço de uma única fruta, mas já fiz com frutas silvestres, ameixa seca, pêssego, sendo a combinação de pêra, maçã, canela e mel a nossa favorita. 

Os purês sempre fizeram parte do cardápio dos bebês baião e foram sempre muito bem recebidos não só pelo sabor agradável, mas por serem leves e de fácil digestão. Para esta receita usei a variedade "heirloom cox orange pippin" cultivada no estado de Vermont que eu encontrei na bancada de frutas da região e fiquei com vontade de provar. A cox pippin é uma maça antiga, do século XVIII, cuja casca aveludada esconde uma carne firme e um sabor inusitado que lembra muito o da pêra. Pode ser comida tanto in natura, quanto cozida. 

Ingredientes:

2 kg de maçãs (Fuji, Granny Smith, McIntosh) lavadas, cortadas e descascadas

Suco de um limão fresco

1 colher de chá de canela em pó

1/2 colher de chá de extrato de baunilha

1 1/4 de xícara de chá de água

Açúcar mascavo ou mel a gosto (pule este ingrediente se estiver preparando para bebês novinhos) 

Modo de preparo:

Coloque as maçãs, o suco de limão, a canela, o extrato de baunilha, a água e o mel em um pote e misture. Transfira para uma panela e cubra misturando de vez em quando até levantar fervura. Quando ferver diminua a temperatura para o mínimo e cozinhe até amolecer, uma meia hora ou mais dependendo do fogão. 

Deixe esfriar e guarde em uma jarra de vidro na geladeira.

Sopa de batata e alho-poró com pão de milho

Monday, November 4, 2013

Esfriou bastante nesta última semana e é de se esperar que a mudança no clima traga mudanças no nosso cardápio também. A própria cesta que ajudamos a  colher toda semana mudou, está com cara de outono. Além das abóboras, raízes e folhas verdes, temos colhido muito alho-poró que eu adoro incorporar nos mais variados pratos, incluindo feijão. Combinação inusitada que eu adoro. :-)

Um sábado desses alguém que trabalha na fazenda mencionou qualquer coisa sobre a famosa potato and leek soup e eu na mesma hora fiz um lacinho na ponta da memória para não esquecer. Eu que já vinha usando o alho-poró adoidado adorei a ideia de fazer finalmente uma receita mais tradicional em que ele reinasse.

Então quando esfriou eu soltei o laço e preparei a tal sopa. Uma das sopas mais delicadas e reconfortantes que eu já preparei nestes últimos anos. Para acompanhar assei um pão de milho com queijo cheddar que queria fazer desde que comprei o livro Share. As crianças não curtiram o pão tanto quanto nós dois e sobrou um pedação para tomar com café no dia seguinte. ;-)

A sopa

Ingredientes:

2 cenouras grandes

2 talos de alho-poró

2 cebolas médias ou 1 grande

2 dentes de alho

3 batatas grandes

Azeite de oliva extra virgem

Sal marinho

Pimenta

1.5 - 1.8 litros de caldo de frango ou vegetais de preferência caseiro

Modo de preparo:

Descasque e corte as cenouras. Faça o mesmo com as cebolas e as batatas (não se esqueça de colocá-las de molho em um pote com água até a hora de usá-las). Corte as extremidades do alho-poró e fatie em rodelas de 1cm mais ou menos. Lave bem para eliminar qualquer resquício de terra que tenha se escondido entre as folhas. Descasque e corte o alho em fatias. 

Aqueça uma panela em fogo médio alto e adicione duas colheres de azeite orgânico extra virgem cuidando para não queimar o azeite. Refoque a cebola e em seguida o alho. Diminua a temperatura para fogo médio. Adicione a cenoura, o alho-poró e a batata. Tempere com sal. Misture bem e cozinhe por mais ou menos 10 minutos com a tampa semi-aberta até as cenouras ficarem macias e os outros ingredientes dourarem um pouco.

Enquanto isso aqueça o caldo de frango ou vegetais em um panela, aproximadamente 1.8 litros. Eu uso o suficiente para cobrir os legumes, quando não tenho o tanto que preciso de caldo adiciono água até completar. Adicione o caldo na mistura de vegetais e misture bem. Deixe ferver e então diminua completamente o fogo. Cubra a panela e cozinhe até os vegetais ficarem macios.

Sirva desta maneira ou bata toda a sopa no liquidificador. Como eu já tinha um peito de frango preparado e temperado decidi adicioná-lo à sopa, fritando junto com as cebolas no começo da receita. Bão demais...

O pão de milho

Ingredientes:

3/4 de xícara de chá de farinha de trigo espelta

1 colher de sopa de fermento em pó

1/4 de colher de chá de sal

2/3 de xícara de chá de fubá

2/3 de xícara de chá de queijo cheddar ralado

Uma pitada de pimenta vermelha

2 ovos batidos

1 1/4 de xícara de leite integral orgânico

4 colheres de sopa de manteiga, extra para untar

Modo de preparo:

Aqueça o forno a 200°C. Unte uma fôrma para pão com manteiga. Coloque o trigo, o fermento, o sal e o fubá em uma vasilha grande, adicione o queijo cheddar ralado e a pimenta e mexa bem com as mãos até que o queijo esteja bem distribuído.

Faça um buraco no centro e coloque os ovos levemente batidos, o leite e a manteiga derretida. Misture tudo com uma colher de madeira. Coloque a mistura na fôrma untada e asse por 45 minutos até ficar dourado e firme ao toque.

Deixe esfriar na própria fôrma antes de desenformar. Corte em fatias e sirva morno ou frio.

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